No
ano de 2005 foi sancionado pelo
então Presidente Luís Inácio Lula da Silva a Lei nº 11.182 a qual
criou a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) aproximadamente cinco anos
após a Lei complementar nº 97 de 09 de junho de 1999, que instituiu o
Ministério da Defesa e a previsão para a criação dessa agência. Em seus atuais
17 anos de atuação (2006 a 2023) a agência obteve inúmeras conquistas para
aviação civil e benefícios imensuráveis para segurança de voo.
A
relevância da ANAC está diretamente ligada aos níveis de segurança que temos no
Brasil. Infelizmente na época de sua criação o país enfrentava grandes
problemas no setor aéreo. Com o triste fim de grandes empresas como VARIG,
Trans Brasil e VASP, empresas mais novas como GOL Linhas Aéreas e TAM Linhas
Aéreas passaram a assumir muitas rotas, necessitando de mais tripulantes e
aeronaves, os aeroportos ficaram super lotados, o controle de tráfego aéreo
congestionado e grandes eventos esportivos que eram previstos para os anos de
2007(Jogos Pan-Americanos), 2013 (Copa das Confederações) e 2014 (Copa do
Mundo) trouxeram questionamentos sobre a real eficiência da aviação brasileira.
Em
meio a tudo isso, os acidentes de 29/09/2006 (GOL 1907 – 154 vítimas fatais) e de
17/07/2007 (TAM – 3054, 199 vítimas fatais) tiveram grande comoção nacional e
impacto sobre as mudanças necessárias neste modelo de transporte. Assim podemos
contextualizar o cenário que o Brasil enfrentava quando a ANAC foi instaurada e
teve seus trabalhos iniciados.
De acordo com dados do Relatório Anual
de Segurança Operacional (RASO) publicados em 2021 embora o número de acidentes
tenha aumentado entre 2006 e 2012, ouve uma reversão a partir de 2013. As
melhorias levaram um tempo para começar a acontecer, mas hoje são notórias. As
linhas aéreas comerciais são um grande exemplo de sucesso, e mostram que quando
seguimos as normas e as regras, o resultado são níveis impecáveis de segurança.
No mesmo ano de 2013 houve inúmeras ações fiscais em vários aeroportos
brasileiros, realizados pela Gerencia-Geral de Ação Fiscal (GGAF) em conjunto
com o DECEA. Aeródromos, aeronaves, pilotos, planos de voos, entre outros,
passaram a ser fiscalizados, centenas de irregularidades foram encontras e
assim as medidas legais previstas em lei foram aplicadas.
Aconteceu também nesse ano, a 3º
rodada de concessão de aeroportos, que foi um evento promovido pela ANAC para o
leilão dos aeroportos Antônio
Carlos Jobim – Galeão/RJ e Tancredo Neves – Confins/MG, com o
intuito de promover melhorias na infraestrutura aeroportuária através dos
Governos e inciativa privada. Essa, é uma das medidas para o desenvolvimento da
aviação.
O
DECEA por sua vez trouxe novos modelos de navegação aérea, como a navegação por
área (RNAV) que utiliza satélites para orientação na rota, sistemas modernos de
comunicação entre aeronaves e controladores de voo, novos procedimentos de voo,
separação de tráfego reduzida, entre outros, o órgão é o responsável em cuidar
de todos os recursos e facilitações para serem operados pelos aviadores. Já a
ANAC, regula, fiscaliza e libera através de documentos, normas e regras, todas
as aeronaves, tripulantes, aeródromos, hangares, mecânicos, escolas de voo para
operarem no dia-a-dia.
A
Agência Nacional de Aviação Civil e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo
trabalham juntos. Um exemplo disso são os voos que ocorrem diariamente em um
espaço aéreo RVSM (Reduced
Vertical Separation Minimum).
Esta área de voo RVSM, é gerenciada e definida pela Força Aérea Brasileira
(FAB) através do DECEA, de acordo com os preceitos estabelecidos pela
Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), mas é agência reguladora
(ANAC) que vai fiscalizar e liberar os aviões e pilotos para adentrarem nesta
região, garantindo que há recursos
necessários na aeronave (por exemplo: ajuste automático de altitude) e o
tripulante tenha habilidades suficientes de voo. Logo vemos a importância
desses órgãos trabalharem em sinergia para a eficiência dos voos e segurança do
transporte aéreo.
Em suma, vemos que ainda hoje existem
profissionais que criticam e questionam o trabalho do principal órgão
brasileiro de aviação civil. É imprescindível entender que sem ele, o Brasil
não teria o reconhecimento que tem. Embora seja preciso melhorar, as
fiscalizações que muitos comentam que não são favoráveis já impediu inúmeros
acidentes e incidentes. É para o bem de todos!
Vários serviços prestados, como
processos, lançamento de horas voo, consultas públicas, passaram a ser
realizados via internet diminuindo custos e ganhado tempo. A aviação de
modo geral também se beneficiou das novas tecnologias, e está cada vez mais
integrada com outros órgãos, a ANAC vem se mostrando cada vez melhor na sua
função para com todos de forma transparente, eficiente e com o trabalho
conjunto do DECEA, mostram números positivos para a segurança e eficiência da
aviação brasileira.


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